Ano: 2011
Produção: EUA
Idioma: Inglês
Direção: Michael Pavone
Elenco: Ed Harris, Chase Ellison, Alexander Walters, Daniel Yelsky
Duração: 101 min
Falar sobre Bullying hoje em dia é moda. E me desculpe a opinião grosseira, de vez em quando, um grande exagero. Sim, crianças podem ser más, e elas são, é o mundo em que vivemos, mas, ao mesmo tempo não dá pra ficar se fazendo de vítima toda hora. O filme nos presentea com três histórias "diferentes", e não me deixa dúvida nenhuma: Dignidade humana + Compaixão = Paz mundial. (não, não é um Ctrl+C Ctrl+V de um discurso de miss)
O filme tem uma certa atmosfera Sessão da Tarde, mas, isso não é ruim, pelo contrário, é até mesmo nostálgico. Provavelmente é porque se passa por volta dos anos sessenta. Ah! E também porque o clímax do filme ocorre num festival de talentos da escola. rs
Big G (Alexander Walters) é um menino magrelo, alto, com a cabeça grande e orelhas mais ainda. E para um trabalho em dupla, o professor mais "queridinho" da turma, Mr.Simon (Ed Harris), junta Big G com Andy Nichol (Chase Ellison). Ao contrário do que se espera, Andy não é o mais popular da escola, mas não chega ao ponto de ser tão "inferior" no mundo social da escola quanto Big G. Ao longo do filme, eles vão aprendendo a tolerância e o respeito. Ninguém, em nenhum momento do filme, tenta se modificar pra contornar os problemas. Independente do que aconteça, isso é o que eu sou.
Meu personagem favorito é, sem dúvidas, o Norman (Daniel Yelsky). Por quê? Ele me lembra eu mesmo rs. Sempre tentando fazer um equilibrio entre o time dos nerds e o time dos populares. Sempre tentando fazer um tolerar o outro. Sempre fui do time dos nerds. Na minha escola acontecia uma guerra: a turma inteira contra eu e meus dois amigos. A gente apanhava. Mais do que batia. Vai reclamar de Bullying nos anos 90? "Cresça e apareça", respondeu minha diretora.
O que eu acho mais engraçado, olhando pra trás, é que cada um dos 3 nerds, tinha uma habilidade especial. Eu defendia. Outro atacava e o outro... Bem.... O outro corria. E eu me lembro (por isso eu me vejo no Norman) que um dia o meu amigo que atacava disse que ia sair do grupo, que não ia mais nos defender. Tenho que ser sincero, quando ele me contou isso, me imaginei morto no recreio. Então fui agir. Sim... Crianças são más. (tudo influência da novela das 8) Eu simplesmente cheguei ao líder do outro grupo e falei: "Olha... O Fulano saiu do nosso grupo. Isso quer dizer, que vocês todos podem ir em cima dele, nós não vamos ajudar"
Resumindo, no meio do recreio, ele estava no chão, apanhando e com a boca sangrando. Fomos à sala da diretoria, e me acusaram. "EEUUU? Mas ele é meu amigo!" Conclusão: Ele voltou pro nosso grupo e o outro grupo ficou um mês sem recreio.
Esse filme de certo modo, me re-conectou com esse meu eu. Além disso, a seriedade com que ele aborda a auto-afimação e aceitação, é fantástica. Outra coisa que ele me faz lembrar, é um assunto bem recorrente hoje em dia também com essa greve de professores. Qual é a importância de um professor? Tive professores que entraram na sala, cuspiram conteúdo de seus livros, saíram, a gente decorou, fez a prova e acabou. Mas tive professores que nem prova nos dava, nem o livro abria, mas que sem dúvida, me tornaram outra pessoa.
Fica pra vocês estão a dica de um filme que não é qualquer um que vai gostar, só vai gostar, quem conseguir se ver nele. E olha... mesmo sendo uma história que se passa nos anos 60, o filme trata de assuntos atuais...
Aí vai o trailer:
Sobre o autor
Bernardo Rangel
Músico, Escritor, Bloguero do Na Garupa do Porco, Compositor, Ex-ator, Ateu, Viciado em livros e séries de TV.
Perfil Completo
0 comentários:
Postar um comentário