quinta-feira, 16 de junho de 2011

Bagdad Café

Título original: Bagdad Cafe ("Out of Rosenheim" na Alemanha)
Ano: 1987
Produção Única: Percy Adlon
Gênero: Drama
País: EUA
Idioma: Alemão e Inglês
Elenco: Marianne Sägebrecht, CCH Pounder, Jack Palance
Duração: 95 minutos

Um filme simples, tocante e para se refletir sobre o efeito que as pessoas causam em nossas vidas e sobre que efeito causamos nelas. Um filme extremamente oculto em metáforas que são deliciosas de serem descobertas.



 Jasmin, (Marianne Sägebrecht) uma turista alemã, após brigar com o marido, e um abandonar o outro, sai caminhando e arrastando uma mala pelo deserto do Arizona até chegar ao posto-motel de nome Bagdad Café.
Brenda (CCH Pounder), a dona do local também após uma briga, acaba de colocar o marido para fora de casa.
O filme é do diretor Percy Adlon, é um clássico do cinema europeu de 1987. Com simplicidade e surrealismo a história dessas duas mulheres é contada com detalhes belíssimos a partir dos cenários, figurinos e objetos de cena.
Brenda demonstra sua neurose que é explicada pela vida difícil que leva, pelas dificuldades que enfrenta sozinha, as responsabilidades com os filhos. O filho é um jovem músico e tem um bebezinho, a filha adolescente está envolvida com badalação e garotos. A desordem emocional em sua vida é marcada e destacada pela desordem de tudo ao seu redor.
Jasmim, uma alemã sem filhos, é o pouco que sabemos dela, chega para mudar a vida de todos em Bagdá Café.
Como uma terapeuta aos poucos levanta a auto estima de todos e com um toque de mágica as mudanças vão sendo notadas. A magia, a música e a alegria conquistam o espaço.
É fácil se apaixonar por Jasmim, ela é doce, amiga, preocupada com tudo e todos e, mesmo vivendo um grande problema em sua vida, não se abala, não se estressa, nem neurotiza. Ela simplesmente reage de forma criativa e conquistadora. Embora a mala que arrastou pelo deserto fora trocada e só tem roupas masculinas, ela resolve aprender os truques da caixa de mágicas que encontra na mala. Como se descobrisse que é possível dar vida ao que já morreu. Ela reage ao novo e a  nova vida de forma surpreendente.
Jasmim que embora nunca tinha visto um negro em sua vida não passa preconceitos enquanto Brenda a rejeita violentamente.
Aos poucos, Jasmim vai entrelaçando os relacionamentos a ponto de trazer ao rosto de Brenda um sorriso de esperança.
Quem espera por um filme de ação ou um drama carregado de paixões fica entediado com a calma, a própria canção e a forma como o diretor transcreve a história dessas duas mulheres.
Bagdad Café é um filme para quem gosta muito de cinema e deseja ver em detalhes sutis, das interpretações, dos atores, o crescer de relacionamentos humanos. Estamos diante da prova do dar e receber. Jasmim dá, se dá e recebe em troca tudo o que oferece. Isso é demonstrado na  cena onde Jasmin joga o bumerangue.
Personagens, como a tatuadora, decidem sair do hotel, pelo simples motivo de que o ambiente estar harmônico demais.
Jack Palance está brilhante na interpretação de um artista plástico que se entrelaça com Jasmim para recriar a arte do local.
 Jasmim também está mudando e o nu artístico é destaque nesta obra de Percy Adlon.











A vida transformada vaza e ganha todos do local e os que por ali passam. Pode ter vida no deserto. O vazio foi preenchido. O  amor tudo pode mudar.
Bagdad Café ganha popularidade.
E nós ganhamos alegria e esperança com este belo filme.







Vídeo pra quem já assistiu matar as saudades!


Canção: "Calling You - Jevetta Steele". Uma espécie de lamúria melancólica e profunda que reflete perfeitamente o clima de solidão do deserto e das personagens de Bagdá Café.

Trailer:


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Sobre o autor

Zelia Jansen
Professora, Educadora, Teóloga, Psicanalista, Sexóloga e Feliz! Perfil Completo

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